

Sobradinho
Rua Temístocles Rocha nº 103 e nº 105 (inexistente)



HISTÓRICO

O sobrado que abrigará o Museu do Ouro foi construído em meados do século XIX, juntamente com outras edificações da Rua Temístocles Rocha, antes denominada de "rua do Calvário". No final do século XIX, a edificação assobradada foi adquirida pelo pernambucano Alexandre da Silva, mais conhecido corno "Alexandre Padilha". Adquiriu imóvel para uso residencial, enquanto a edificação ao lado - de número nº 105 - foi comprada pelo mesmo, para uso comercial. Alexandre Padilha era latoeiro, fabricante de lamparinas, calhas, além de reparar bombas de cisternas e de treinar uma quantidade significativa de rapazes aprendizes. Os extensos quintais, aos fundos das edificações alcançavam a Rádio Juriti, passando pelas costas da Igreja da Matriz de Santo Antônio de Paracatu. Sob sua oficina - edificação de n º 105 passava o rasgão do Mestre de Campo, Manuel de Bastos Nerva. O rasgão foi construído pelo mestre de campo em 1745 com o objetivo de trazer água para as regiões da mineração em Paracatu. Do período em que foi construído, até os dias de vida do senhor Padilha, parte da população usava o rasgão para retirar a argila tabatinga, para colorir as casas da cidade com as cores vermelha e amarela. Alexandre Padilha faleceu na década de 1940, logo depois do falecimento de sua esposa. Não teve filhos biológicos, mas criou dois e cuidou de tantos outros. Seus herdeiros alugaram as edificações que funcionaram como residência por vários anos. A edificação de nº 103 abrigou o Colégio Máster durante a década de 1990, e a edificação de nº 105, funcionou atendeu a uma tapeçaria. A edificação de nº 103 encontra-se em restauração e a de nº 105, veio a ruir, após as chuvas de 2008.



DESCRIÇÃO

A edificação desenvolve-se em dois pavimentos, com três acessos, pouco elevados em relação ao nível da rua. Possui características estilístico-formais que remetem à arquitetura produzida durante o período colonial, em estrutura autônoma e vedações em tijolos de adobe. Implanta-se no alinhamento frontal do terreno, apresenta partido disforme devido aos acréscimos sofridos ao longo do tempo. Os vãos originais possuem enquadramento em madeira, vergas em arco abatido, e são preenchidos por esquadrias confeccionadas em madeira. Estas possuem duas folhas de abrir e encontram-se pintadas na cor azul. Os pisos tabuados variam entre os originais e os novos, ambos em processo de restauração e acabamento. O telhado foi recentemente substituído. Este possui engradamento cm madeira, caibros em paus roliços e vedação em telhas cerâmicas curvas, amarradas. Compõe-se de duas águas dotadas de cumeeira paralela à via. O pavimento térreo compõe-se de 4 cômodos, que se encontram atualmente sem uso. Uma escada em "L", situada na porção esquerda do sobrado, é acessada por um pequeno vestíbulo. O pavimento superior é composto de 3 cômodos. As alvenarias foram devidamente restauradas e encontram-se sem acabamento e as esquadrias são pintadas em azul. A porção lateral direita e parte que se ligava à oficina desabou e encontra-se em processo de restauração / reconstrução. Segundo informações obtidas na Secretaria de Cultura. será construída uma nova edificação sobre o ras2.ão - local em que havia a oficina.
